Soldados da IDF em Gaza (Foto: IDF)
Após a morte do guia turístico Zeev Ehrlich, de 71 anos, e do soldado das Forças de Defesa de Israel (IDF) Gur Kahati, no Líbano, em novembro passado, as IDF instituíram uma comissão de alto nível para investigar o incidente, bem como o estado geral da disciplina operacional no exército.
A equipe de especialistas liderada pelo Major-General da IDF. Motti Baruch chegou à conclusão de que “devido ao desgaste operacional, houve um afrouxamento da disciplina e da segurança, o que levou a acidentes operacionais que poderiam ter sido evitados”.
Ehrlich e Kahati foram mortos em uma emboscada enquanto Ehrlich, um civil, inspecionava uma antiga fortaleza a pedido do coronel Yoav Yarom, chefe do estado-maior da Brigada Golani, que não pediu permissão aos seus superiores.
Além dos cidadãos que entraram com aprovação prévia, como empreiteiros, jornalistas e políticos locais, o relatório encontrou vários outros incidentes em que civis foram levados para zonas de combate em violação às ordens existentes. Isso incluiu a entrada do rabino Zvi Kostiner, da ativista de assentamentos Daniela Weiss e de um “doador civil” não identificado, dentro da Faixa de Gaza.
De acordo com a Rádio do Exército, apesar de esses incidentes colocarem em risco os soldados e os próprios civis, os comandantes responsáveis ainda não foram punidos ou disciplinados.
Apenas alguns dias após a morte do soldado da IDF Yuval Shoham, o último soldado a morrer em um acidente operacional, o relatório também apontou uma negligência geral em relação às medidas de segurança operacional.
O relatório denuncia a falta de atenção à segurança no uso de armas, como o disparo de mísseis antitanque, o lançamento de granadas e o uso de dispositivos explosivos. Tudo isso levou a acidentes operacionais e ferimentos graves. A IDF relatou vários casos de fogo amigo e acidentes envolvendo cargas explosivas, alguns dos quais resultaram em vítimas.
Além disso, os especialistas apontaram a falta de segurança na condução e operação de veículos blindados e tanques. Shoham foi morto em um acidente envolvendo um tanque, informou a mídia Israelense, sem fornecer detalhes.
O uso de telefones celulares particulares foi outro ponto do relatório. O uso de telefones celulares é proibido nas zonas de combate em Gaza e no Líbano, mas é mais difundido em Gaza. Além de potencialmente revelar a localização dos soldados, as filmagens feitas durante os combates também têm sido usadas por grupos anti-Israel para identificar e localizar soldados Israelenses durante as férias no exterior.
Outros problemas destacados pelo relatório incluem a introdução e o uso de equipamentos militares fora do padrão e não aprovados, além de desvios das instruções de uniforme e vestimenta.
As conclusões e recomendações da equipe de investigação foram recebidas e aprovadas pelo chefe do Estado-Maior das IDF, Tenente-General Herzi Halevi.
Halevi introduziu um mecanismo para apoiar os comandantes de divisão na manutenção da disciplina entre suas tropas. Essa iniciativa os coloca em contato com mentores veteranos no posto de major-general, que desenvolverão planos personalizados para tratar de questões de disciplina operacional específicas para cada divisão e suas responsabilidades.