O Príncipe Herdeiro Saudita Mohammed bin Salman Al Saud no resort histórico de Al Ula, no norte do Reino da Arábia Saudita, em 26 de janeiro de 2025. Foto de Balkis Press/ABACAPRESS.COM
Um acordo de normalização entre Israel e Arábia Saudita está mais próximo do que nunca, disse o novo embaixador de Israel nos EUA, Yechiel Leiter, ao Jerusalem Post na terça-feira.
Ao mesmo tempo, o enviado do Presidente Donald Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, chegou a Riad na terça-feira, encontrando-se com o Príncipe Herdeiro Mohammed bin Salman, bem como com um alto funcionário da Autoridade Palestina, informou o Axios.
A questão de saber se Israel cumprirá a exigência da Arábia Saudita de concordar com o estabelecimento de um Estado Palestino, ou pelo menos se comprometer com um “roteiro”, tem sido um dos obstáculos mais significativos nas negociações de normalização.
A reunião entre Witkoff e o funcionário da AP, Hussein al-Sheikh, é o primeiro contato direto entre a AP e o governo Trump desde sua eleição em novembro, e teria sido intermediada pela Arábia Saudita.
Em maio, o ex-secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que duas coisas serão necessárias para a normalização: “Calma em Gaza e um caminho confiável para um Estado Palestino”.
Apesar da oposição pública do Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu a um Estado Palestino, seu ex-chefe de gabinete e novo embaixador, Leiter, afirmou que um acordo com a Arábia Saudita estava próximo agora.
Witkoff continuará discutindo as relações Saudi-Israelenses, bem como o cessar-fogo em Gaza, em reuniões com Netanyahu e o Ministro da Defesa Israel Katz em Israel na quarta-feira, informou a mídia Israelense.
O enviado também está planejando ir ao Corredor de Netzarim, no norte da Faixa de Gaza, juntamente com o ministro de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, para inspecionar o progresso do cessar-fogo.
Leiter explicou que a destruição do Hamas e do chamado “Eixo de Resistência” do Irã aproximou Israel e a Arábia Saudita, tornando a normalização Saudi-Israelense parte integrante de um realinhamento estratégico na região.
“Estamos mais próximos da Arábia Saudita porque degradamos o Hamas”, disse ele. “A queda do [líder sírio Bashar al-Assad] e o enfraquecimento da influência do Irã nos levaram a um momento de oportunidade.”
“Há poucos países no mundo, além de Israel, que querem ver o Hamas degradado mais do que a Arábia Saudita”, enfatizou Leiter.
“Onde quer que a Irmandade Muçulmana esteja comprometida, a moderação pode surgir. Vimos isso no Egito, no Sudão e na Turquia. A Arábia Saudita reconhece que derrotar esses elementos é crucial para sua própria modernização.”
Com relação ao apoio Saudita aos palestinos, ele explicou que a população Saudita está exigindo “benefícios tangíveis para os Palestinos em qualquer acordo”.
“É um ato de equilíbrio delicado, mas que pode ser gerenciado por meio de negociações pragmáticas e apoio internacional”, disse Leiter.