Na 11ª Sessão Especial de Emergência da Assembleia Geral da ONU em Nova York, em 24 de fevereiro de 2025, o projeto de resolução da Ucrânia “Promovendo uma paz abrangente, justa e duradoura na Ucrânia” foi adotado (93 a favor, 18 contra, 65 abstenções) no terceiro aniversário da invasão em grande escala da Rússia. Foto: Lev Radin/SIPA USA via Reuters.
Israel votou contra a resolução da ONU de segunda-feira que condenava a invasão da Rússia na Ucrânia, juntando-se a aliados como os EUA e a Hungria, mas também à Rússia, à Coreia do Norte e a 13 outros países.
A votação foi a primeira vez que Israel e os EUA votaram contra a Ucrânia desde a invasão Russa há três anos.
A resolução foi adotada com 93 votos a favor e 18 contra, enquanto 65 nações, incluindo China, Irã, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, se abstiveram.
A resolução condenou a “agressão” e os “ataques contra civis” da Rússia, exigiu um cessar-fogo imediato e a implementação de resoluções anteriores que pediam que a Rússia “retirasse imediata, completa e incondicionalmente todas as suas forças militares do território da Ucrânia dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas”.
O voto Israelense altamente incomum destaca as relações complexas entre as nações. A opinião pública em Israel está esmagadoramente do lado da Ucrânia, e os governos Israelenses têm expressado consistentemente seu apoio a ela.
No entanto, a Ucrânia criticou Israel por ser cauteloso em relação à exportação de armas, especialmente no que diz respeito a armas ofensivas. No entanto, Israel tem procurado não perder suas boas relações anteriores com o governo Russo, especialmente devido à sua grande presença militar na vizinha Síria.
De acordo com o Maariv, a votação Israelense ocorreu em meio à “enorme pressão Americana até a votação”. O governo Trump tem criticado o governo Ucraniano nos últimos dias, com o presidente Donald Trump chamando o presidente Volodomyr Zelenskyy de “ditador”.
De acordo com a Axios, os EUA tentaram pressionar a Ucrânia a não apresentar sua resolução e, posteriormente, propuseram uma alternativa. Por fim, os EUA obtiveram mais sucesso quando o Conselho de Segurança adotou uma resolução diferente pedindo um “fim rápido do conflito entre a Rússia e a Ucrânia”.
A decisão de se opor à Ucrânia foi recebida com críticas em Israel. Um membro do Knesset do Partido Democrata, Gilad Kariv, chamou a votação de “uma vergonha moral e ética”.
“No dia em que o mundo marca três anos desde o ataque russo à Ucrânia, o Estado de Israel opta por votar contra o lado atacado. Isso é uma falência ética e moral e a adoção de uma posição que pode, em última instância, prejudicar o Estado de Israel. O mundo livre deve apoiar a Ucrânia e não recompensar um agressor indigno, minando os valores básicos de soberania e democracia”, declarou Kariv.
Até segunda-feira, Israel estava do lado da Ucrânia nas votações da ONU desde a invasão Russa. No entanto, desde 2015, a Ucrânia votou contra Israel 122 vezes e se absteve de votar contra Israel outras 41 vezes, de acordo com a UN Watch.
Apesar de não fornecer armas ofensivas, Israel transferiu sistemas de alerta “Red Alert”, enviou indiretamente antigas baterias antimísseis Patriot e compartilhou inteligência sobre o apoio do Irã à Rússia, principalmente em relação aos drones iranianos.
Israel também forneceu equipamentos como capacetes, coletes e máscaras de guerra química.