Motivação obscura: médico saudita que matou 5 pessoas e feriu 200 no ataque ao mercado de Natal na Alemanha fez comentários anti-Islã e pró-Israel
Abdulmohsen trabalhou como médico psiquiátrico em um hospital e alegou ser ex-muçulmano
Depois que um homem da Arábia Saudita matou pelo menos cinco pessoas e feriu mais de 200 ao bater com seu carro em uma multidão em um mercado de Natal em Magdeburg, na Alemanha, sua motivação para o ataque, bem como seu histórico pessoal, ainda não estão claros.
O suspeito do ataque de sábado chama-se Taleb Al-Abdulmohsen, que foi preso logo após o ataque. Durante a detenção, ele testou positivo para drogas ainda desconhecidas, informou a mídia alemã.
Abdulmohsen é um cidadão Saudita que fugiu para a Alemanha em 2006 e recentemente trabalhou como médico psiquiatra em um hospital Alemão. Dada a identidade do agressor e o local do ataque, muitos suspeitaram inicialmente de outro ataque terrorista Islâmico.
O incidente quase coincidiu com o aniversário de outro ataque terrorista em um mercado de Natal Alemão em 19 de dezembro de 2016, quando um solicitante de asilo Tunisiano dirigiu um caminhão em um mercado de Berlim, matando 12 pessoas.
Abdulmohsen alegou ter fugido da Arábia Saudita para buscar asilo político na Alemanha. Ele repudiava publicamente o Islã e atacava repetidamente a religião em seu perfil público no 𝕏.
Ele foi entrevistado por vários meios de comunicação no passado e, nos últimos anos, começou a alertar contra a rápida islamização na Alemanha. Nesse contexto, Abdulmohsen teria feito comentários pró-Israel e elogiado o partido de direita AfD da Alemanha, que defende políticas de imigração mais rígidas.
Fontes do partido disseram à mídia Alemã que Abdulmohsen não era membro nem doador registrado do partido.
Entretanto, ele começou a culpar cada vez mais as autoridades Alemãs por não combaterem a islamização e acusou o estado de não fazer o suficiente para ajudar e até mesmo “caçar” ex- Muçulmanos e refugiados. Ele também afirmou que as autoridades estavam “sistematicamente” roubando pendrives dele.
Por essas falhas ostensivas, ele jurou vingança violenta contra o estado Alemão.
A mídia alemã informou que Abdulmohsen era bem conhecido das agências de segurança e foi denunciado inúmeras vezes por ameaçar com violência via on-line.
De acordo com a revista Der Spiegel, em 2013, ele foi condenado por “perturbar a paz pública ao ameaçar com atos criminosos”. Mais recentemente, a Arábia Saudita emitiu três avisos sobre Abdulmohsen às autoridades de segurança Alemãs, informaram a Spiegel e a Reuters.
No sábado, a Ministra Federal do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, disse: “Só podemos dizer com certeza que o autor do crime era obviamente islamofóbico”.
No entanto, vários críticos conhecidos sobre o Islã e ex-Muçulmanos que tiveram contato on-line com Abdulmohsen levantaram dúvidas sobre sua postura ostensivamente anti-islâmica como sendo o motivo do ataque.
“Estamos lidando com alguém que afirma ser 'o maior crítico do Islã na história'”, escreveu o Dr. Ahmad Mansour, psicólogo e crítico das políticas de imigração da Alemanha, e um árabe-israelense que posteriormente emigrou para a Alemanha
“Essa fantasia grandiosa, por si só, deveria ter feito as pessoas se sentarem e prestarem atenção”, continuou Mansour. “O mesmo homem que adverte contra o islamismo, que afirma salvar as pessoas da perseguição islâmica radical... realizou um ataque terrorista em Magdeburg que foi planejado exatamente de acordo com o modelo de Anis Amri, o agressor Islâmico na Breitscheidplatz em Berlim.”
“Essa pessoa havia perdido a capacidade de refletir sobre si mesma e de se distanciar de si mesma”, acrescentou Mansour. “Ao mesmo tempo, ele parece ter perdido completamente o contato com a realidade. No geral, seu comportamento sugere um sério distúrbio de personalidade.”
Outros ativistas que trabalham com ex-Muçulmanos disseram suspeitar que Abdulmohsen pode ter apenas fingido ter deixado o Islã, e que tinha outros motivos para suas ações.
Yasmine Mohammed, uma autora que escapou de um casamento forçado com um terrorista da Al-Qaeda, disse que conhecia Abdulmohsen há anos pela Internet.
“Ele perseguia obsessivamente uma Ex-Muçulmana saudita. Ele queria minha ajuda para 'expô-la' e se tornava agressivo quando eu não concordava. Amigos me contaram que ele também tinha como alvo outras ativistas Sauditas."
"Há suspeitas agora de que ele estava realmente trabalhando com as autoridades Sauditas para derrubar as ativistas sauditas. E, embora eu não possa confirmar isso, obviamente, direi que essa teoria se alinha com minha experiência e trocas de experiências com ele”, escreveu Mohammed.
“Ele agia como ex-Muçulmano do lado de fora, enquanto nas mensagens instantâneas ameaçava ex- Muçulmanos, especialmente as mulheres Sauditas que haviam fugido”, acrescentou Ali Utlu, um ex-Muçulmano Alemão-Turco e ativista de direitos humanos.
Logo após o ataque, Utlu escreveu em 𝕏: "Se o autor do crime for Taleb Al Abdulmohsen, então eu o bloqueei meses atrás porque eu, como outros críticos do Islã, pensamos que ele era um agente Saudita que espionava Sauditas renegados e ex-Muçulmanos na Alemanha para o estado Saudita. Estou chocado agora”.
“Eu não acreditava, e ainda não acredito, que ele fosse um apóstata. Tudo o que ele fez foi bastante confuso. Ele até me atacou até que eu o bloqueei porque não acreditei em uma palavra do que ele disse”, acrescentou.
Em um post no Facebook, o autor Germano-Egípcio, Hamed Abdel-Samad, disse que Abdulmohsen “é uma pessoa confusa ou um espião”.
“Depois que o nome do agressor de Magdeburg foi revelado hoje, encontrei várias mensagens antigas dele em minha caixa de e-mail. Nelas, ele me pedia para parar de apoiar a organização Secular Refugee Aid e queria falar comigo pessoalmente. Em sua última mensagem, em 21 de novembro, ele pediu novamente que eu me distanciasse da organização secular de ajuda a refugiados, porque em breve ele faria algo que tornaria essa organização o assunto número um das conversas no mundo”, escreveu Abdel-Samad.
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